O POETA E SUA MUSA

Enquanto serena, a musa, em lençóis repousa,

desfaz-se o poeta em letras,

esvaindo em versos de amor,

o amor que sente.

Rasga-se em folhas rabiscadas, o poeta

enquanto a musa descansa e sonha.

Tão pequeno o poeta

e mudas suas palavras, poucas

diante do amor, convertido em silêncio

e versos pálidos.

Repousa a musa e o poeta sangra.

Amanhã, talvez o sol se curve

ao poema mais luminoso do amor que ele sente.

Amanhã, quem sabe, desperte a musa,

mais linda que a manhã

e sinta tremer em seus lábios,

como um beijo,

o verso de amor noturno

do seu poeta louco.

Saramar
Enviado por Saramar em 15/05/2008
Código do texto: T990537