SERENATA DE OUTRORA

SERENATA DE OUTRORA

Avança a noite, silenciosa... madrugada fria!

Distante, ouve-se uma maviosa voz a cantar;

Um cancioneiro, apaixonado e triste, espargia,

Trovas de amor para a dileta amada extasiar.

Da sua janela avistava-se uma luz em clarão,

Que a jovem fazia em constância se notar,

Serenata de amor, sob esplendorosa canção,

E o trovador em deleite, iniciava o versejar.

Em lentidão, a lua cheia no céu transparecia,

Deferência do luar ao apaixonado seresteiro,

O som do pinho, melodia que sua diva ouvia,

Acordes divinais para um amor alvissareiro.

Musical nostálgico com requinte de fagueiro,

Fazia do cupido fonte de toda sua inspiração,

Arpejo ditoso o seu mais fiel companheiro,

Aos braços d’amada entregava seu coração.

Quem não se lembra das antigas serenatas,

Ou nunca ouviu do menestrel o seu cantar,

Não sabe como é lindo o amor em cantatas,

Poemas que os jograis passavam a recitar.

Se hoje ouvir a voz sentida de um trovador,

Com toda certeza há de muito se encantar,

Como românticas eram as frases de amor!

Nos idos tempos das donzelas a enamorar.

Seresta! Hoje já não tenho mais o que falar,

Saudades dos tempos enlevados de outrora,

Recordatórios momentos... passo a lembrar,

Da felicidade que somente vim sentir agora!

Rivadávia Leite

Rivadávia Leite
Enviado por Rivadávia Leite em 19/05/2008
Código do texto: T996420