Nada além
Para que viemos?
Ainda não descobrimos...
Só sabemos que somos um fruto de plenitude e discórdia
O fantasma da memória, ou talvez um absurdo.
Somos a prova viva,
De que amor e ódio não se distinguem
Amamos o que temos, o que não temos e até mesmo o que não vemos
Ora somos flores, ora somos folhas
Ambas regadas pelo mesmo sentimento...
Nossa voz é infame
Assim como a nossa sombra,
Que se arrasta para permitir que ainda vivamos
Não somente neste mundo,(incapaz de fabricar sonhos)
Mas no carrossel de utopias( o lugar que criamos)...
Semelhantes aos monstros, continuamos a ser belos,
Por que o vai e vem de nossas idéias
Continuam a nos dizer que ainda somos humanos
Um pouco diferentes
Talvez pela forma abstrata de revelar um segredo
Talvez por medo, de aceitar o que somos...
E se nos julgam complicados,
Nós somos sim, os seres encantados
Que Deus criou pensando unicamente
Em espalhar lágrimas nos quatro cantos.
Mas ao mesmo tempo não passamos de um nada,
Um ponto de interrogação cercado por muitas vírgulas
Somos vítimas do tempo, que nos fez metade animal e metade dor
Somados a um amor, a um amor desmedido...
Somos poetas...
E isso nos transforma em palavras contraditórias
Fonte de vida, figuras sem forma
Quando neste mundo em preto e branco
Parecer não restar mais nada...