O conjunto de poemas AMORES VELADOS foi composto em 2002 dedicado às Musas que alegraram parte de minha vida, tenham sido eles concretizados ou não.. Caso alguns desses amores tiverem acesso a estes breves poemas se identificarão, e tenho certeza de ficarem felizes por de uma forma ou de outra permanecerem em minha lembrança. Se outras já não mais existem em vida permanecerão sempre presentes em minha vida, pois existe uma energia eterna em todos nós que apenas passam por transformações além do nosso conhecimento e continuam presentes nesta ou em outra dimensão.


AMORES VELADOS

Doces amores velados,
Guardados ao longo do tempo,
Às vezes não concretizados.
Mas que deram tanto alento.

Amores que se implantaram
Nos recônditos da alma,
Que para mim significaram
Sentimentos que dão calma.

Calma por amores vividos
Alegres, às vezes fugazes
Tornando-se eternizados.

Guardarei por toda vida
As doces lembranças suaves.
Dos meus amores velados.


1 - MARTA

Da minha infância passada
Ficou a doce lembrança
Da professora querida
Que ficava em outra sala
Olhando Marta de lado
Meu coração explodia
Em grande taquicardia
Quando sua figura fitava
Nascia assim na minha vida
Aquela emoção incontida
Do meu primeiro amor velado

2 - FÁTIMA

Caminhava com leveza
Iluminando meu caminho
Em ti eu via a beleza
Da portuguesa do Minho
Será que de Fátima viera
Loira de olhos azuis
Emanando a sua luz
Daquela imagem tão bela?
Mas uma imagem não era
Era uma mulher adorada
Tornara-me apaixonado
Por uma loira tão bela
Que em meu ser registrava
Um amor por mim velado

3 - GRAÇA

E a Graça surgiu naquela luminosa manhã
Nossos olhares se cruzaram
Intensos se interpenetraram
Com um imenso e longo afã.
Sua beleza me seduzia
Meu coração disparava
Quase do peito saltava
Qual bomba que explodia.
Senti que eram recíprocos
Os olhares ali cruzados
Pelo longo tempo passado
De ti quase não lembrava
Mas ficou ali marcado
O momento que apontava
Um dos meus amores velados.

4 - NÃO LEMBRO QUE NOME TINHAS

Fria noite no Parque Solon de Lucena
Naquela linda lagoa
Cidade de João Pessoa
A branca lua reluzia
No corpo daquela morena.
Foram curtas as horas do nosso encontro
Mas não ficou registrado
O belo nome que tinhas
Mas nos momentos vividos
Teus finos lábios de mel
Ficaram em mim bem marcados.
Mesmo que não me lembrando
Do teu incógnito nome
Ficou no meu coração ferrado
Este curto amor velado.

5 - HELENA

Troianos e Espartanos se enfrentaram
Por Helena, a mulher de Menelau.
Eu, ao contrário, não enfrentei nem a mim próprio,
Minha guerra foi vencida pelos censores,
Que me levaram à culpa inexistente,
Da qual Páris fora acusado pela pitonisa.
Um vão temor dominava minha mente,
Ao contrário de Páris não tive a coragem de ousar,
De ter Helena como um amor concreto do passado,
Minha Helena tornou-se só um amor platônico
Tornando-se como tantos amores:
Apenas um amor por mim velado.

6 - THEODORA

Embora de plagas distantes
Mistura com orientais
Teus belos olhos puxados
Negros e inebriantes
Corpo moreno dourado
Se me mostraram fatais.
De mansinho te aproximaste
Jovem cantora, dançarina,
Qual japonesa gueixa,
Qual jovem e pura menina
Pra mim a mulher revelaste
De expressiva nobreza
Theodora (pele de deus)
Teu nome do grego vem
Pele assim, como ninguém
Macia, mais que a ceda
Justifica o nome teu
Musa de rara beleza.
Assim foste em minha vida
Diferente das demais,
Uma fonte de amor consumado
E a emoção desmedida
Transformou-te mais e mais
No meu maior amor velado.

7 - NÃO REVELADO

Cedo saíste da vida
Pura, cândida e inocente.
Para alguns seres a vida
Tem se mostrado inclemente.
E por estares ausente
Teu nome não é revelado
Embora se torne presente
Este breve amor velado.

8 - LÚCIA

Negaste com altiveza
Um amor solicitado
Não foi em ti despertado
O meu sentir com certeza.
Lúcia de nome doce
Que dos lábios não saia
Foste por algum tempo
Templo de minha alegria.
Mas o destino tem algo
Que não podemos entender,
Foste a possibilidade de ser
Um amor meu não velado.

Tadeu Costa
Enviado por Tadeu Costa em 25/05/2010
Reeditado em 26/05/2010
Código do texto: T2279632
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