EM BRANCO

Supura essa mão que te escreve

Hemografias revelando desejos perfectivos

Tão longe absorvo-me no fruto da criatividade, na inconsciência

Buscando palavras que te perfazem.

As horas vividas descritas

Na tua face que se transforma

Transborda, condescende

Ao som do corpo pontiagudo que te toca.

A arte repousa em ti

Como a inocência pueril

No sono do mais puro ser

Em sua sesta vespertina

Suporta tempéries

Do déspota que te usa

Como refúgio, como válvula.

Calou-se perante minhas tristezas

Depositei em ti minhas mágoas

E o que fiz para ti?

Amassei-te e joguei no lixo...

...

Graças a ti

Escorro minhas dores

E quando estou inane

Tudo pode recomeçar.

Daniel Erbon
Enviado por Daniel Erbon em 21/09/2010
Código do texto: T2511913