À Manuel Bandeira

À Manuel Bandeira

Tosse tísica, tubércula rosa,

Pneumotórax, histórias do além,

Tantos mistérios em versos e prosa:

“Bala comprada em qualquer armazém!”

Alma apodrece o aidético hino,

Sofre de medo o mofino refém,

Quanta miséria reserva o destino:

“Bala perdida na rua ou no trem!”

Como cantar, cancerígeno mudo?

No chão, a morte agoniza um amém,

Bela ironia ser humano escudo:

“Bala encontrada no peito de alguém!”