Tal qual Rondel
Desvirginando o açoite
E na amargura ou no fel
Correu seu sangue na noite

Senzala chorou
Amor da aurora, e rebento
Nem alma, só sofrimento
Que a madrugada tragou

No tronco, corpo estendido
Fogo alto, estarrecido
Porque o canto clamava
Revolta dos que ela amava

E eu, passageiro do tempo
Toquei seu corpo, negro e mel
Beijei a face, que no alento
Tornou-se a "Deusa do Veú"

"Dedico essa poesia as mulheres negras que resistiram aos nefastos desejos dos nobres, e tombaram no Tronco, frágeis, porém mulheres"

Fotografia gentilmente cedida pela amiga e Modelo Afro Alzileni Queiroz, do Museu Afro Brasileiro - São Paulo/SP
O Guardião
Enviado por O Guardião em 22/03/2007
Reeditado em 20/08/2007
Código do texto: T421538