Meu caçula

A vida quase tudo

já me havia dado

e, nada havendo para ser mudado,

quis o Pai de Todos,

com muito apreço,

dar-me o prêmio de um novo começo.

Tarde de julho,

balões pelo céu espalhados!

Castelos antigos, há pouco desmoronados,

traziam ao coração

uma intensa tristeza

roubando da vida sua essência, sua beleza!

Muitas lágrimas de dor eu já havia derramado!

Mas, presente dos céus,

grata lembrança,

enchendo meu peito materno de esperança,

chegaste inesperadamente,

chorão e matreiro,

segunda flor masculina do meu canteiro.

A todos tu trouxeste

contagiante alegria

que redobrava ao passar de cada dia!

Mês após mês,

os anos foram passando

e fomos todos, ao novo, nos acostumando.

Eras arteiro e de novas peripécias inventor...

Não podia descuidar-me de ti

um só momento,

pois sempre exigias, de mim, todo o pensamento.

Desde muito cedo

foste dono dos teus passos

mas sempre te refugiavas nos meus braços.

Cresceste!

Um quase homem já te tornaste!

Depressa demais, por muito já passaste!

Mas se até hoje

foste apenas aprendiz

muito perto tu estás de ser feliz!

Que o amanhã sonhado

não tarde a chegar

e que o Papai do Céu

guie teu caminhar,

pois Ele é o único

com quem sempre poderás contar!

Mas se precisares

tuas feridas curar,

estarei aqui...

Jamais deixarei de te amar!

Cleide Canton

Para meu filho caçula

João Wesley Godoy Junior

04/12/2002 19:55 h

Cleide Canton
Enviado por Cleide Canton em 22/10/2005
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