A Leitora

Nota: o poema "A Leitora" foi originalmente publicado em 13 de novembro de 2015 e ora é reeditado com o acréscimo de textos de Isabelle Mara, Marlúcia Divina da Silva Medeiros e Ísis Dumont (pseudônimo de Aparecida Ramos) (o de Isabelle Mara surgiu na primeira edição em comentário da autora subido como interação e agora tornado em parceria).




A LEITORA
Miguel Carqueija


Minha paixão pelos livros
pode crer que não é pouca;
ler pra mim é uma aventura,
até dizem que eu sou louca!

Levo livro na mochila
no ônibus, no metrô;
lendo assim não se cochila,
me chamam até de retrô:

Pois não uso “smartphone”,
não faço “selfie” nem nada;
pois tudo isso consome
tempo, me faz alienada!

A leitura é alimento
e eu seleciono bem:
sem leitura é um tormento,
vejo bons filmes também!

Livros bons tem de montão:
História, Geografia,
Ciência, Religião,
Romance, Biografia!


Não gosto de palavrão,
de romance fescenino,
mas curto da ficção
até o manual canino!



E eu costumo ler deitada
e uso cartão pra marcar
o ponto onde dei parada,
onde vou recomeçar!

Ah, sou fã da Bienal
e rata de livraria,
gasto um pouco, não faz mal,
pois esta é minha mania!

Agatha Christie eu já li
em muitas noites de insônia;
em Gastão Crulz eu curti
as riquezas da Amazônia!

Paulo Setúbal eu amo
e São Tomás, e Asimov;
Edgar Poe eu proclamo
o mestre que me comove!

Você já leu Pollyanna
e a Cabana de Tomás?
Eu leio toda semana
porque livro é bom demais!

Arrume bem seu acervo,
não dispense a boa estante;
leitura faz bem pro nervo,
é um alimento constante.



Você aprende de tudo
e cresce um pouco por dia;
o livro é um professor mudo,
parte da vida sadia.

Lendo eu fico recostada
no melhor sofá da sala
sem sapatos, relaxada,
e a leitura me embala.

E tanta coisa eu conheço
graças a este costume,
tudo isso não tem preço
o livro é o vagalume

que orienta o meu caminho
me acompanha em toda parte,
por ler com tanto carinho
nem o Pedro Malasarte

é mais esperto que eu,
ler portanto é gostosura,
é o fio de Teseu,
e viva a boa leitura!



Isabelle Mara

LEITURA

Como é gostoso viajar
através de uma boa leitura,
atravessar céu e mar
sem se importar com altura.

Dom Quixote de la Mancha,
O Pequeno Príncipe, que doce!
Ah! a Poliana moça, tão mansa...
quisera eu, também fosse!

Viajar numa leitura
é acumular emoção
é não temer as alturas
sonhando com os pés no chão.





Isabelle é apenas uma moça triste, sonhadora que tenta no que rabisca, preencher o vazio que não se cansa de crescer. Não é poeta, simplesmente escuta o coração que às vezes machucado demais, não encontra espaço para armazenar o pranto, aí tenta desfaze-lo transformando-o em lágrimas para não submergir. Já transformou em um livro os seus muitos rabiscos, bem como alguma das suas composições musicais em CD, somente para guardá-las, quem sabe no futuro alguém venha a conhecer e cantá-las! No mais, nada a acrescentar que seus rabiscos já não os tenha feito.


O LIVRO E EU

Marlúcia Divina da Silva Medeiros









Apesar de vivermos num mundo de informática, o prazer de folhear um livro é único e jamais deve ser comparado ao e-book. Na internet há um mundo de informação, no mesmo instante e a leitura, por mais que dermos atenção a essa leitura, está longe, de ser comparada à emoção vivida, entre o ‘’eu e o livro’’ para mim existe um momento mágico, porque traz em si a exclusividade do autor, e do leitor. Isso faz com que a leitura seja mais ‘’compreendida, para mim, e como se o livro tivesse vida’’! Pois no caminho da leitura, somos só nos dois, a partilhar a viagem da escrita, quer seja na cabeceira da cama, no sofá, no banco da praça, embaixo de uma árvore, no ônibus enfim: o livro é como um amigo e companheiro que inicia uma viagem com você, e que estará sempre ao seu lado nessa aventura, e o mais interessante nisso é que ele faz parte da sua rotina, não precisa carregar bateria e nem de sinal, o que não se pode dizer de um livro virtual...



Nasci numa cabana no meio da mata, numa daquelas choupanas sem paredes, e o telhado de capim encostava-se ao chão, dando um formato de triângulo, adentro à mata, ao som e o cantar dos pássaros, numa constante e harmoniosa orquestra, causada pelo vento e o seu ruído batendo nas folhagens. Bem ali, entre o córrego da caçada, e o córrego dos grilos, no Córrego do Pilôes, pelas mãos de uma parteira, por apelido Baiana, foi que eu vi pela primeira vez a luz do dia! Em 24/03/60, no município de ITUIUTABA Minas Gerais, exatamente dez horas em ponto, numa extrema situação de humildade e pobreza, mas rica em um cenário natural, de perfeita e divina beleza! Meus pais são Francisco Raimundo da Silva e Expedita Costa Silva, um casal de Nordestinos, e tenho muito orgulho deles. Moro em Cuiabá desde 1984, apesar de ser mineira, amo de corpo, alma e coração, esse estado de Mato Grosso. Gosto de fazer amizades, e nessa relação, para mim sinceridade, verdade e fidelidade estão acima de tudo, me considero uma pessoa feliz, sonhadora, e amante de todas as artes, teatro, música, poesia, dança, pintura e por aí a fora... Para mim a arte está ligada à nossa alma, tem a ver com a nossa esperança, auto-estima e anseios. Na literatura não me considero bem uma escritora, amo escrever, e inspiro-me nas coisas simples do cotidiano, mas que sejam proveitosas, para nossa reflexão. Meus temas são livres, gosto de escrever sobre tudo que mexa com meus sentimentos, coisas boas ou ruins, se algo me incomoda e não posso fazer nada, então escrevo e já alivia-me o peito. Apesar de não dominar a gramâtica das palavras, meu linguajar é o mais simples. Fiz algumas participaçoes como escritora em: "Coletânea Reflexôes para bem viver" (Editora Scortece Luiza Moreira) e "Primeira e Segunda "Antología Beco dos Poetas", Coletânea dois e três "Movimento Literário" (também Beco dos Poetas), com varias poesias; Mato Grosso, Coração cuiabano, Mar, Valeu, Inspiração, Laços de dor, entre outras. Escrevo na maioria verdades, Nazareno, Poema a Maria, Mãe da esperança, Proerd, Manifesto e Liçôes de amor", são minhas homenagens, a quem passa nessa vida, e faz do seu viver um ensinamento. O meu trabalho é este, se não posso fazer nada, se não tenho voz, nem vez, usando a palavra escrita, já me conforta a alma, registrar minha alegria ou indignação, num simples escrever! A arte da escrita, para mim tem esse poder, de penetrar nos corações, até mesmo daqueles mais . Não chamo de poesia o que faço, prefiro dizer que escrevo verdades, enfeitando com rimas, dando um novo sentido. Escrever verdades para mim, é como riscar sua imagem preferida num pano branco, pegar varias cores de linha, e transformar, num lindo bordado, o seu simples pano branco! Tenho outro trabalho que estou digitando, inspirado em meu viver e meu aprendizado intitulado, ( Isaias 7 v 14) "O sinal de Deus por nós". É um livro homenageando a mãe de Jesus, que me acompanhou por toda vida, Maria além de Jesus, também foi um dos maiores "sinais" de DEUS por nós, pois Deus a escolheu pra gerar... Cuidar... Proteger e educar o seu menino Jesus, por isso a homenageio com mais duas poesias mensagens... (Mãe da esperança e Poema a Maria!. Inspirei-me nas poucas palavras que a ela se refere a Bíblia Sagrada, mas que muito falou-me ao coração.




A LEITORA 
 
ÍSIS DUMONT 


 
Quando falo que sou antiga, que tenho a idade de meus versos, é porque vim do tempo em que não havia tecnologia. Quando era ainda muito criança, nem rádio existia em nossa casa, mas, em contrapartida, havia um cabedal imenso: a literatura de cordel. Fui privilegiada naquele tempo. Sendo a mais velha de quatro irmãos, fui a que mais se interessou pela leitura. O contato diário com os livretos (cordel) e canções impressas, me tornaram íntima das letras, antes dos 7 anos de idade. Não sabia escrever no mesmo ritmo da leitura, mas lia sem dificuldade até meus 8 anos quando entrei para a escola. Ler era mais que um exercício diário, era como respirar. Durante a semana eu lia mais de 30 cordéis, não só para mim, mas para meus avós e outras pessoas, vizinhos que não sabiam ler, mas apreciavam bastante as histórias contadas em verso. Tantas vezes deixei de lado as brincadeiras com meus irmãos e primos, para ficar sentada debaixo de um cajueiro, ou abacateiro, lendo, compenetrada, as histórias de reis, rainhas, reinos encantados, histórias de fadas ou bruxas malvadas, de cangaceiros, de paixões ou amores proibidos... Entregue à leitura, esquecia totalmente o mundo à minha volta. Algumas vezes acabava ficando sozinha sem perceber que as brincadeiras haviam terminado, e que as outras crianças haviam voltado para casa. Nem sempre eles me chamavam ou... nem sempre eu os escutava chamar meu nome, tanto era meu envolvimento. Com a cara enfiada entre os livretos, me transportava para dentro daquelas histórias, me sentia uma personagem e, por alguns momentos eu não estava ali. Depois que cresci, a leitura continuou (não poderia ser diferente) sendo um hábito em minha vida, tornou-se, assim como para muitas pessoas, um vício, vício do bem. Embora leia crônicas e contos, me encanto mais pela poesia/coletâneas de Drummond, Cecília Meireles, Lispector, Cora, Roseana Murray, Florbela, Vinícius, Rubem Braga, Quintana, Moacyr Scliar, entre outros. Mesmo dividida entre tarefas no dia a dia, me organizo para ler também alguns romances a exemplo de Paula Hawkins (A garota no trem), Jojo Moyes (Como eu era antes de você/Depois de você), o filósofo Jostein Gaarder(O mundo de Sofia), além de outros como Mario Sergio Cortella, Gabriel Chalita, Pe. Fábio de Melo, Augusto Cury, etc. Já li e reli várias vezes o clássico de Antoine de Saint-Exupéry “O Pequeno Príncipe”, A Cabana, entre outros livros de reflexões e autoajuda. Ler não deveria ser um “sacrifício” para ninguém, mas uma filosofia de vida para todas as pessoas!

Aparecida Ramos

www.isisdumont.prosaeverso.net



MINIBIOGRAFIA  
 
Maria Aparecida Ramos da Silva, natural de Sertãozinho – PB - Brasil. Escreve poemas desde a adolescência. Professora, Especialista em Psicopedagogia Clínica e Institucional. Cadastrada no Recanto das Letras, sob o pseudônimo: Isis Dumont. Autora do livro “Palavras da Alma- (Crônicas e poemas)”, lançado em julho/2018. Possui livro digital publicado.  Participante de várias Antologias: “Amor” e “Simplesmente amor”, “Minuto de Poesia”, “Flores do Recanto” e “Flores de Natal” na versão digital e impressa.  Autora do prefácio para o livro “Sombras” de Sueli Aquino, e do posfácio para um Romance do ilustre escritor Miguel Carqueija. Possui Entrevista publicada na Escrivaninha do escritor mencionado. Teve, em junho de 2013, uma de suas poesias, “Feliz” publicada na “Revista Quimera”, na Argentina. Vencedora do Concurso “Mil Poesias de Natal”, com a poesia “Cores de Dezembro”, promovido pela AMALETRAS, São Mateus - ES. Membro e Delegada/Embaixadora da Paz, pela CONBLA, São Caetano do Sul, SP. Membro do Instituto Histórico, Geográfico e Genealógico do Grande ABC-SP.  Recentemente foi escolhida para ser homenageada em uma Escola Estadual de sua cidade, através do Projeto I FLIRED- I Feira Literária da Rede Estadual de Ensino da Paraíba, 2ª Gerência Regional.
Membro da Casa del Poeta peruano no Brasil.
rosachoqueeoutrascores.blogspot.com.brFacebook:
https://www.facebook.com/2016Amorempoesia/
www.isisdumont.prosaeverso.net 
 
 
Capas de livros e moça lendo no sofá: imagens da internet. 
Fotografia de Isabelle Mara: gentilmente cedida por isabelle Mara.
Fotografia de Marlúcia Divina da Silva Medeiros: gentilmente cedida por Marlúcia Divina da Silva Medeiros.
Fotografia de Ísis Dumont (Aparecida Ramos): gentilmente cedida por Ísis Dumont.