Bendiga
Bendiga até o estrume do gado,
pois ele pode alimentar o teu alimento
de forma rica e natural.
Bendiga a luz do sol que te ofusca a visão,
pois ela promove o verde, o dia, os ventos,
o calor que seca a semente...
Bendiga a chuva e os rios que alagam,
pois graciosamente fecundam de húmus
suas margens ao plantio!
Bendiga o inverno
pois no seu recolhimento é sábio.
Prepara-te as plantas para as flores, para os frutos,
os campos enfim, para que tenhas a alma mais leve
e também colorida quando a primavera chegar!
Bendiga o vagido de uma criança,
pois ali está a oportunidade de um mundo melhor!
Bendiga teus companheiros de jornada,
aceitando-os incondicionalmente,
pois as farpas que acaso lhe atirem,
pode ser uma ventura para o teu aprendizado.
Mas também aceita as críticas
que te podem conduzir ao progresso.
Bendiga os pioneiros,
pois nas dificuldades de tempos remotos,
abriram com muito suor e sangue,
os caminhos que hoje te dão certo conforto.
Bendiga o soldado, que mesmo não o conhecendo,
defendeu com a própria vida teu país,
para que hoje possas gozar de liberdade!
Bendiga teus pais e suas noites mal dormidas...
Bendiga os infindáveis átomos
e o infinito criador que os reuniu
fazendo o universo e a nós próprios.
Bendigo eu esse Recanto das Letras,
onde já somos milhares, de ocidentes e orientes,
quiçá até de outras orbes também.
São freiras, lavadeiras, cozinheiras, bailarinas.. meninos, meninas,
são monges, enfermeiros, doutores, professores, são garis...
São poetas, pois são humanos.
De José Alberto Lopes ®
Dez. 2005/2019