Rocio
(Este poema, eu dedico a minha mãe. Ela que passou por tantas provas na vida, e entre elas, a nossa separação durante longos e eternos anos.)
Comecei percebendo-me
Como a um sereno que
Úmido foi-se bebendo no ar fresco e ameno
De uma noite sem vento
(...hoje eu entendo
o que coube ao tempo
ao chão me levar cuidando
para eu não me espatifar)
Assim, cheguei à margem do Nilo em seca
Á imagem da tua veemência
Caindo em mim
Ao deparar-te serena
Pousada a esperar
Com olhos espertos e ternos
O desmanchar dos meus complexos
Então senti ler-te como um livro aberto
Quando com dois passos chegastes mais perto
Revelando-se a mim o mais belo
Dos pássaros singelos!