Canção da Paz

(Tere Penhabe)

A paz é como música que nasce,

difícil de atingir a perfeição.

Às vezes, todos clamam que é fácil,

os mesmos que outras vezes dizem não.

Varre-se a nota sem ter serventia,

e morre a paz na falta de harmonia...

O som que é mais difícil solfejar,

são notas de amor e de perdão,

como se a vida fosse simplesmente,

o derramar das lavas de um vulcão.

Sempre sedentas, vão seguindo em frente,

lambendo, ansiosas, pelo chão,

de forma alucinada, impertinente,

toda esperança de compreensão.

E por milênios, tenta-se encontrar,

a nota dessa esplêndida canção!

Que antes de algum gênio proclamar,

mistura-se ao ruído de um canhão.

E o mundo chora, cabisbaixo e mudo.

E chora a poesia, a inspiração...

A paz, mais uma vez, lamenta em vão.

Não mais a harpa, as almas tocam surdo.

Até um dia, quando Deus quiser...

Ou se cansar de ver tanta cegueira,

e tanto desamor e bandalheira,

nas lutas que se travam por poder.

Santos, 02/08/2009

www.amoremversoeprosa.com