PEDINTES

PEDINTES

(3 de abril de 2007 – em BH)

Quando o mundo era mais fácil,

Mocinho era mocinho,

Bandido vivia do lado de lá.

Rico era rico, por nascença ou impenho,

Pobre, em sua pobreza,

Era nobre, do lado de cá.

Mendigo estendia a mão,

Erguia aos céus o olhar,

Desvalido, porém digno.

Quem podia, dava,

Sem soberba ou preconceito,

Obra de bom cristão.

Não havia muros,

A consciência é que dividia:

Cada um do seu lado,

Cada qual com seu viver.

Mas o respeito,

Era pra todo mundo.

Aí um grande terremoto,

Tsumami ou furacão,

Misturou todos e tudo.

Assim,

Todos roubam, matam,

Todos querem, exigem.

Mas o pior dos males

Nesta vida em confusão

É que hoje,

Sem perceber,

Todos pedem.

Quem precisa ou não,

Estende o pires que tem

E suplica,

O pão de nossos dias,

Mais que esmola ou alimento

Pedimos sem pudor:

PAZ

Maria Luiza Falcão
Enviado por Maria Luiza Falcão em 08/04/2007
Código do texto: T442268