Alvorada

Quantas claras manhãs
após noites agitadas,
serão ainda necessárias
para acalmar as noites
até que a lucidez possa
atravessar as horas
noturnas sem risco; antes
da mais tranquila manhã?

Até que haja alvorada
sem azinhavre medroso,
noites serão necessárias
em metragens de engodo,
até que suma no corpo
como segredo mortal
a noite ameaçadora
que engole a alvorada.

Então contarei as alvas
como se fossem pássaros,
não fugirei dos medos
espantando-os com asas,
até que a noite clareie
assustando as quimeras
antes da nova alva.

E a manhã alva alvorada
só surgiu após décadas,
cada uma das quimeras
foi embora vagamente,
quando ficou percebido
delas não ser mais o espelho
tomado pelas suas máscaras,
sem que viesse vazia
a nova manhã alvorada alva.
Fabio Daflon
Enviado por Fabio Daflon em 13/03/2018
Código do texto: T6279054
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