A GARRAFA DE REFRIGERANTE ESQUECIDA DE CADA UM

O que nós somos eu não sei talvez...

Talvez o pó que sobra do vento soprado

Talvez o Lumiar que se esconde atrás do prado

sozinho

perdido no grande deserto

por Ele amado

Mas de inflamado pela luzes

que se desfaz em vários brilhos

Qual nossos primos esquecidos

talvez sejamos o baque esmaecido

ante o descaso do mundo explodindo

O mundo em cores que Deus não fez

talvez, quem sabe...

sejamos a bolha insuflada por um cano terno

da boca d'algum pai desesperado cheio de talento velho

Talvez sejamos somente a água em bolha

quem sabe...

Um fogo disparado de um monte destruído

murmúrio do monge triste esquecido

Reflexos do espaço, a estrela em brilho esmaecido

quem sabe somente a escolha entre tantas escolhidas

Talvez...

Quem sabe as garrafas de refrigerantes largadas

na terra molhada

de águas passadas...

Quem sabe o cheiro dos fundos dos barzinhos dos nossos pais

repletos de garrafas tomadas e gozadas e jogadas

sem mais

Diria ainda

talvez a paz...

a paz que traz essas lembranças

Mas tavez porque furtivas

mal nos damos conta de quanto são lindas.

Alexandre Scarpa
Enviado por Alexandre Scarpa em 29/09/2018
Reeditado em 04/10/2018
Código do texto: T6462836
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