Ressurreição de meu ser

Ressurreição de meu ser

Perdida na melodia da lástima dos céus, que chorava comigo na escuridão sem fim,

Os versos que escrevi foram queimados na dor da escravidão do pensar,

Tudo era sem cor e sem pureza, igual a mim, sem um contentamento ou um anjo querubim,

Por meus dedos escapava a graça que um dia fez-me rir e cantar.

Meus sonhos eram somente sonhados e a realidade que vivia era tão dolorosa,

O vento que tocava minha face já não secava as lágrimas que inundava o meu coração,

O sangue que corria em meu corpo era tão quieto, fazia do silêncio uma canção rigorosa,

As portas e janelas da luz fecharam-se ao ver a escassez do amor e compaixão.

Mas de uma graça luminosa fui perdoada de meu passado, agora era uma parte de mim que morreu mas vivia,

A juventude voltou ao meu coração e caminhei pelos campos celestiais,

Paz e pureza era tudo que meus átomos e começos sentiam,

Os dias eram alegres e as poesias já eram o meu ar essenciais.

Os anjos agora cantam a mais bela canção já composta e fervem na mais bela luz vista,

Fui buscada de meu próprio eu que matava-me em vida e prendia-me na gaiola do esquecimento,

Meus olhos já podiam ver o invisível e contemplar as incontestáveis preces que pareciam não serem ouvidas,

Renasci de meu próprio ser, sem ao menos morrer, voltei de onde nunca fui.

Maria Fernanda de Araújo Dantas
Enviado por Maria Fernanda de Araújo Dantas em 08/10/2019
Código do texto: T6764329
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