Surge a Paz!

Surge a Paz!

Delasnieve Daspet

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No meio do nada.

Do lixo atômico.

Da fome, da sede, do frio,

Das dores do mundo,

De aviões suicidas,

Dos que se explodem,

Da rosa mortal, lançada pelo homem,

Mãos cortadas, pela granada,

Cabeças decepadas pelas espadas,

Do meio dos corruptos,

De ações assassinas,

Riqueza que solapa,

Do medo latente,

Ei-la!

Como um raio de sol,

Como um novo dia,

Como uma poesia,

O riso de alegria,

Sem credo, raça ou ideologia.

Ei-la!

Acompanhada de sangue inocente.

Não a querem.

Não a veem branca, pois como a água,

É transparente, necessária e presente.

Ei-la!

Em nosso olhar, em nosso coração,

Brilha, como a esperança. E vence!

Vence a tirania dos homens.

Não silencia. Está nas canções, na lágrima

Que seca nos rostos, nas mãos que a buscam,

Tremula, sempre.

E, vence.

Surge a Paz!

04.07.21.