MEMÓRIAS DE SILÊNCIO
MEMÓRIAS DE SILÊNCIO
Ontem, senti o cheiro das emoções.
Ontem, o tempo não tinha pressa entre nós.
Sobre a pele os gestos aconteciam
devagar, e as palavras entrelaçavam-se nos
meus dedos.
Naquela tarde, entre o verão e o jardim,
Eu quis traçar labirintos sobre
os teus olhos.
Mas, a ferida que se alimenta da tua
sombra, tem a espessura
do teu silêncio.
Ontem, os sonhos tinham cores
fascinantes.
Mas a viagem, porém, foi curta, e o destino
desconhecido.
Abandonaste o templo da paixão.
O sol dourado,
A pele de cetim,
A taça com morangos quentes,
O recanto entre as palavras.
Continuarei escrevendo palavras neste livro
de
capa de memórias.
Memórias de silêncio, numa
Gaveta de saudade...
Amália Lopes