O VENTO

Pensei tanto sobre coisas deixadas anos atrás

Pensei em rever fotos que sujavam meu chão

Pensei em voltar a velhas casas do passado

Em deixar o vento tocar sua canção e me levar onde quiser

Mas não pense que deixarei novamente marcas

Não sou tão compreensivo mas serei um pouco sentimental

Desta vez as palavras se organizarão aos poucos

Como se acalmam as marés, como se conduzem os ventos

Tentar significa acreditar em tudo de novo

E sei que preciso levantar-me deste frio piso quebrado

Estes pedaços de plástico não serão reconstruídos

Temo viver, um dia de cada vez, um de cada vez

Pegar o caminho certo, entrar pela porta escondida

Seria loucura e um desespero, seria loucura

Já que tivemos corações quebrados

Já que perdemos as sugestões que propomos

Agora é assim, sem mais nem menos

Eu vou, e você não, seguir o vento

Deixar que o sopro regue minhas veias encardidas

Limpar as lágrimas que escorreram sem dedicação

Agora somos assim, em um mundo louco

Agora somos como o vento, encarando qualquer direção

Eu aprendi a sentir o que dói

Será que aprendeu, será que aprendeu

autor: Danilo Padovan

Daykon
Enviado por Daykon em 21/07/2006
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