LIMITE DO TEMPO

Nem sempre há tempo para o limite

mas sempre há limite no tempo

Tempo foi de despertar

Caminhar por entre as arestas

Entre as frestas da vida inerte

Tempo foi de redescobrir

ou encobrir paixões

Ressuscitadas do mais íntimo âmago

Nunca confessas, pois emergentes

Emergência nata de um afeto qualquer

Mesmo que distante no mais doce céu

Almas benditas que levitam por entre nós

à espera do retorno astral

Interlúdio imaginado da esfera terrestre

Ambiente natural de todos os mortais

Fina é a linha do tempo

Não há como voltar páginas...

Inscrever palavras no forte metal

Tatear sentimentos para não ficarmos sós

É preciso

Vozes nos cantos inspiram a mente

ou cantam para embalar o sonho

Sonho terreno ou tridimensional

Não importa a fonte, desde que pura

Não importa a face, desde que sua

Vida latente, aparente forma

Indevida ausência do derivado amor

Descer das alturas e reviver

Momentos etéreos e sons imperceptíveis

Momentos duros ou agrestes

Momentos doces ou irreverentes

Não importa a hora, se ela for minha

Não importa o dia, se a noite vem

Iluminar a lua com aura violeta

Imaginar desenhos e escrever com as estrelas

Poemas divinos e eternos

Nunca lidos, sempre sentidos

Dedilhar as letras e formar imagens

Ouvir as notas nem sempre afinadas

Desesperar pela vida, antes que passe

Morrer num suspiro, antes que sobreviver

Conviver - somente

Ardente chama do meu passado

Encoberto por outras paragens

Desconhecidas em sua maioria

Vagamente conscientes na memória...