Vertente
Nos olhos da gente
A água quente
Que vem, de frente
E banha, indolente
Os sonhos meus
No brilho, no escuro
Na via da mão, na contramão
De sonhos desfeitos
De traços malfeitos
De desenho imperfeito
De um coração
Verte, vertente
Regando a semente
Que brota no chão, e não
Desperdice o quinhão
Que a vida lhe dá
Em perdição!
Corre, tão insolente
Não tem direção
Molha raiz, raiz do
Cabelo, que no travesseiro
Se faz de tapete
Sem par, sem parceiro
Seca vertente, sozinha
Sem constelação, sem ninho
Sem pão
No espaço vazio
Entre os dedos da mão.
Fátima Batista
Enviado por Fátima Batista em 03/08/2006
Reeditado em 12/12/2007
Código do texto: T207996
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