TÃO CHEIA...



Vazia... Ora sou uma lua nua de fases,
colheita infértil de sonhos e inspiração...
Silêncio doído vestindo a noite, veneno fatal
aguando em sal o cerne, ocultando a emoção
que nostálgica abriga em si, o momento final...
Hoje acordei minguante, imergida em saudade
desejo do seu cheiro, da paixão refletida no olhar;
de cores, som, o tom da canção da vida, o abraço
intenso que sempre me mantinha resguardada
do incerto... Ora sou o descaminho da eternidade!
Há em mim uma poesia nova que não quer brotar
ainda presa ao verso-sentimento, que soltou o laço
deixando minh'alma em total afasia, desprotegida
das horas crescentes, onde sou nuvens de solidão!
Hoje acordei em preto e branco, tão cheia de nada!



15/07/2010





Anna Peralva
Enviado por Anna Peralva em 22/07/2010
Código do texto: T2393038