O que na vida eu sou

Andei sem rumo um tempo.

Encolhendo os ombros sem voz,

Repetindo idéias sem inovar.

Falei pouco dos meus medos;

No mais, reproduzi o que diziam

E como foi incômodo olhar a vida passar da janela...

Fiquei um tempo ensimesmando,

Confiando ao silêncio minhas confidências,

Dissipando impressões em calados reclames.

Os dias passaram sequencialmente iguais,

E não adianta perguntar, não há nada para contar

De entusiástico, fantástico ou anormal.

Tudo tão genericamente estranho,

Simbolicamente distante e inquietante.

Penosamente sem sentido, parece.

Ficou, disso tudo, a impressão que me situei

Em uma camada até então desconhecida de meu ser

Quem sabe estive passeando por um tempo?

Agora fica nítido, entretanto, como o olhar onipresente,

Que carreguei comigo, aonde fui, tudo aquilo que sou

E o que eu sou é o que na vida eu conquistei em mim...

Mar de Oliveira Campos
Enviado por Mar de Oliveira Campos em 20/12/2006
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