A Saudade a Noite e a Solidão

A saudade é amiga da noite

Com ela segue de bar em bar

Por ruelas, vilas, avenidas...

Entra sem pedir licença

Abrindo portas e fechando janelas

De casa em casa, quarto em quarto...

Sai dançando na canção

E para na frente dos indefesos,

A lembrar-lhes do que tentam esquecer,

Derrama-se nos copos, queima a garganta,

Embriaga a alma de saudade.

Vai fazendo farra na noite,

Não nos permitindo dormir,

Invade nossa insônia

Nossos versos...

Rodopia como bailarina,

Embriagada ri do nosso pranto,

Nem sequer permite que tentemos

Fazer da noite uma aliada.

A noite é dela confidente,

Conta-lhe os nossos segredos.

E ela chega sorrateiramente

Quando a percebemos

Já está dominando nossas cabeças,

Embriagando os nossos corações...

A saudade então chama a solidão

Que se encarrega

De fortificar o circuito

Nos arrastando para esse labirinto

Que só adormece quando o dia vem.

E ao amanhecer

Despedem-se as três

Contentadas

Por mais uma vez ter cumprido o ciclo:

A Saudade a Noite e a Solidão...

.

Glorinha Gaivota
Enviado por Glorinha Gaivota em 19/01/2013
Reeditado em 19/06/2014
Código do texto: T4094132
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2013. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.