MINAS GERAIS
Sinto saudade das fazendas
da minha infância,
lugares em que a distância
nos fazia companhia.
Em dias de lua cheia
passávamos nos antigos trieiros,
caminho da mata estreito,
terra batida na volta e na ida.
Os mais velhos e seus pitos de palha,
época de pedir a bença
fazia parte da crença e
tinha que obedecer pra crescer.
Havia a tal da alma penada
que se escondia próxima a porteira,
se balangava na gameleira,
- vigiava cada pedaço de chão a assombração!
No meio da noite,
vaga-lumes saíam com suas lamparinas,
barrigas acesas na campina
luzinhas intermitentes… de repente...
Relâmpagos riscavam o céu
vestido de negro,
inquietavam o sossego
alumiando a terra no pé da serra.
Marcelo Queiroz
16/05/2014
21:16h