Ausência presente.

Tua ausência é muito mais perturbadora.

Quando estávas aqui era muito mais fácil te esquecer.

Quando tinha sua voz sempre por perto sabia exatamente onde encontrar-te,

e isso era muito cômodo.

Pois eu sabia exatamente onde encontrar o amor que desejava.

Mas hoje não estás mais próximo,

não tenho suas palavras, doces, ásperas,

nenhuma.

Não me dizes coisas que eu mesma pareço ter pensado.

Nem os puxões de orelha são os mesmos.

Hoje o que me resta é tua ausência tão presente.

O que me deixou foi dor e sofrimento,

O que eu faço agora?

Qual dos meus medos me dominará primeiro?

Qual temor me assolará?

Teu abraço agora é frouxo...

tão frouxo que mais se parece um sopro.

O vento já não sopra em meus cabelos...

Os pássaros já não me cantam aquela melodia,

e isso tudo eu achava que acontecia porque você os mandava.

Hoje de tão longe que estás talvez eles não ouçam mais.

E eu que queria ter sua voz,

só posso fechar os olhos e por pouquíssimos momentos

recordar de teu sorriso.

Tua gargalhada me era um presente,

e tenho medo de perdê-la.

Por isso me obrigo a lembrar sempre.

Para manter-te,

sempre vivo dentro de mim.

Luandra Russo
Enviado por Luandra Russo em 19/07/2007
Reeditado em 19/07/2007
Código do texto: T570620