A Bactéria feliz
Na impertinente obsessão de ouvir meu grande amor
A minha insensatez faz o seu telefone tocar
És tão mesquinho nas respostas de dois ou apenas um”Alô! ”
Não tens generosidade a mim que só faz te amar!
Mas alguma coisa me soa estranha
Conheço bem o timbre daquela linda voz
Acho que deve ser uma inflamação na garganta
É como se a sua laringe estivesse enlaçada em nós.
Mas lamentar nada me adianta
A ela concedo o título de criatura mais feliz do mundo
Sim, a bactéria instalada nas suas entranhas
Quem me dera ser esse micro-organismo moribundo!
Ah! Porque a mim convém as garras da infelicidade?
Enquanto a maldita bactéria goza de tanta fortuna?
Passo os dias a me alimentar de saudade
Enquanto ela alimenta-se do seu corpo na medida mais oportuna.
Mas que loucura digo eu nesta vida amargurada!
Não me convém tal destino essa triste miséria
Em poucos dias pelos seus anticorpos será eliminada
Tempo breve e feliz o da sua bactéria!