FAZENDO NÚMERO!
Estou apenas fazendo número neste mundo.
Meu amor se foi, e era o mais profundo!
Não que eu pudesse saber, pois sou estúpido,
Pois não chego lá, no alto do seu púlpito,
Onde somente os puros de alma e espírito,
Conseguem chegar, de vez em quando,
Pois não é para todos e sim um número circunscrito,
De anjos e benévolos que, sem meandro,
Conseguem a graça de sair daqui o quanto antes,
Pois os que ficam, sofrerão como nunca dantes,
Os pavores piores que os do Inferno e, sem saída,
Teriam muito tempo antes, de ter-lhe dado sua despedida!
Quando lhe vieram buscar, eu não estava presente!
O que lamento tanto e se pudesse, minha vida daria
Para que me levassem e não a ti, minha alma onisciente,
Que me protegia e por mim, tudo faria,
Ainda que com prejuízo próprio, sem temor,
Pois tinha para mim o seu maior amor!
Ainda que inocente e desapegado,
Mas, o melhor que podia conferir ao seu amado!
Não sei como posso continuar vivendo,
Sem sua companhia ou sua admoestação.
Almejo apenas, continuar sofrendo,
Nem que, de repente, me pare, o coração!
Estar junto contigo por tanto tempo,
Foi uma temporada de ternuras e martírios.
Sem entender o que te parecia um passatempo,
Mas, que na realidade, eram espinhos de seus lírios!
Eu tinha de passar por essa provação,
Para lhe mostrar o quanto meu amor era infinito.
E, agora, no meu martírio, de partir o coração,
Espero lhe adorar até meu último grito!