FAZENDO NÚMERO!

Estou apenas fazendo número neste mundo.

Meu amor se foi, e era o mais profundo!

Não que eu pudesse saber, pois sou estúpido,

Pois não chego lá, no alto do seu púlpito,

Onde somente os puros de alma e espírito,

Conseguem chegar, de vez em quando,

Pois não é para todos e sim um número circunscrito,

De anjos e benévolos que, sem meandro,

Conseguem a graça de sair daqui o quanto antes,

Pois os que ficam, sofrerão como nunca dantes,

Os pavores piores que os do Inferno e, sem saída,

Teriam muito tempo antes, de ter-lhe dado sua despedida!

Quando lhe vieram buscar, eu não estava presente!

O que lamento tanto e se pudesse, minha vida daria

Para que me levassem e não a ti, minha alma onisciente,

Que me protegia e por mim, tudo faria,

Ainda que com prejuízo próprio, sem temor,

Pois tinha para mim o seu maior amor!

Ainda que inocente e desapegado,

Mas, o melhor que podia conferir ao seu amado!

Não sei como posso continuar vivendo,

Sem sua companhia ou sua admoestação.

Almejo apenas, continuar sofrendo,

Nem que, de repente, me pare, o coração!

Estar junto contigo por tanto tempo,

Foi uma temporada de ternuras e martírios.

Sem entender o que te parecia um passatempo,

Mas, que na realidade, eram espinhos de seus lírios!

Eu tinha de passar por essa provação,

Para lhe mostrar o quanto meu amor era infinito.

E, agora, no meu martírio, de partir o coração,

Espero lhe adorar até meu último grito!

Sisson
Enviado por Sisson em 17/06/2018
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