SE VIVER FOSSE UM POEMA...

Quisera entendesse os medos que me assolam

E soubesse cada linha tênue que contorna meu caos pessoal.

Quisera notasse o norte que me tendencio

E cada pegada que deixo rumo ao declínio do precipício...

É que danço em meio a queda.

Quisera a conversa não monóloga fosse

E houvesse respostas em meio aos gritos meus.

Quisera medo, a morte me causasse

E não me fosse a única sugestão para te esquecer...

É que tenho vultos desse amor fracionado

Que assombram o castelo, no peito que fenece.

Quisera não me penitenciasse os pensamentos

E acautelasse o coração das desilusões e do viver.

Afoito, respiro lágrimas e já me foge até o ar...

Me propaga nas veias um inferno denso e líquido...

Quisera adeus lhe desse duma vez e domado o peito dormisse

E não sonhasse te beijar...

Amando-te, teria vivido e não me machucaria tanto o peso de acordar.

Diogo Acrizio
Enviado por Diogo Acrizio em 22/10/2018
Reeditado em 22/10/2018
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