SE VIVER FOSSE UM POEMA...
Quisera entendesse os medos que me assolam
E soubesse cada linha tênue que contorna meu caos pessoal.
Quisera notasse o norte que me tendencio
E cada pegada que deixo rumo ao declínio do precipício...
É que danço em meio a queda.
Quisera a conversa não monóloga fosse
E houvesse respostas em meio aos gritos meus.
Quisera medo, a morte me causasse
E não me fosse a única sugestão para te esquecer...
É que tenho vultos desse amor fracionado
Que assombram o castelo, no peito que fenece.
Quisera não me penitenciasse os pensamentos
E acautelasse o coração das desilusões e do viver.
Afoito, respiro lágrimas e já me foge até o ar...
Me propaga nas veias um inferno denso e líquido...
Quisera adeus lhe desse duma vez e domado o peito dormisse
E não sonhasse te beijar...
Amando-te, teria vivido e não me machucaria tanto o peso de acordar.