Mãe é mãe

Apanhei muito de mamãe

De suas santas mãos

Conheci as mais importantes lições

Eu um menino travesso

No sol a pino olhando no céu as pipas

Esquecendo a hora sagrada do almoço

No chão de barro batido rolando as muitas bolas de gude

Gritando olha o rapa e fazendo coloridas coleções de bilhas

Rabiolas pique e esconde policia e ladrão garrafão pera uva e maça

Bandeirinha passar o anel amarelinha queimado

Tempo bom

Hoje as lições são outras e as mães também

Aboliram as varinhas de marmelo e os puxões de orelhas

Proibiram as reprimendas rígidas

Andávamos na chuva e tomávamos banho de calha

Pisávamos na lama e andávamos descalços

Era outra era

Dançávamos dois pra lá e dois pra cá

Cantávamos as mais lindas poesias em canções

Hoje as letras estão pobres e cheias de impropriedades

Os homens agridem as mulheres

Roubam os cofres do País

Matam como se matam pardais

Abusam até de crianças

Não respeitam nem os professores

Muito menos seus próprios genitores

Salvem as mães

Elas ainda permanecem sagradas

A priori tem que haver um equilíbrio natural nesse mundo

Pra sabermos o que é bom e o que é ruim

E o mais interessante de tudo é que minha mãe só tinha o primário

Mas como sabia de pedagogia

Aulas de honestidade e respeito

Coisas raras hoje em dia

Carlinhos Real
Enviado por Carlinhos Real em 19/11/2018
Reeditado em 19/11/2018
Código do texto: T6506431
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2018. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.