Saudade!
Saudade!
Saudade porque não te vejo
desejo antigo.
Saudade das coisas boas,
de nós,
de um lago profundo e transparente
como o meu coração
magoado e maltratado,
revolto como o mar bravio.
Saudade!
Saudade do amor desperdiçado,
do mergulho das cachoeiras de burlesca paisagem,
dos pássaros cantantes,
moças faceiras,
poeta brejeiro de versos simples
e das noites enluaradas.
Saudade!
Saudade porque só sei sentir saudade.
Saudade sem esperança,
sem cor, sem textura,
sopro de paixão alucinógena,
misto de coisas inimagináveis,
águas rasas,
par de olhos que nada veem,
mas que tudo choram.