Saudade!

Saudade!

Saudade porque não te vejo

desejo antigo.

Saudade das coisas boas,

de nós,

de um lago profundo e transparente

como o meu coração

magoado e maltratado,

revolto como o mar bravio.

Saudade!

Saudade do amor desperdiçado,

do mergulho das cachoeiras de burlesca paisagem,

dos pássaros cantantes,

moças faceiras,

poeta brejeiro de versos simples

e das noites enluaradas.

Saudade!

Saudade porque só sei sentir saudade.

Saudade sem esperança,

sem cor, sem textura,

sopro de paixão alucinógena,

misto de coisas inimagináveis,

águas rasas,

par de olhos que nada veem,

mas que tudo choram.

Luis Fernando Poeta
Enviado por Luis Fernando Poeta em 01/09/2019
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