VOANDO COM A SAUDADE

Em tantos aeroportos, já durmi numa sala,
desde Adelaide,até na distante Kampala,
sempre comigo a saudade,essa palavra chave.
Voando por inúmeros paises, e continente,
no meio da neve, onde terra não era presente,
sofri tanto, quando ligando essa aeronave.

Sempre cruzando aceanos e tantos mares,
mas se pudesse queria rumar para Antares,
ou quem sabe,para muito além de Altair.
Queria desse planeta no avião desaparecer,
sabendo que mesmo assim não ia esquecer
da moça da neve,saudade não irá partir.

Ela que deixou meu coração em pleno luto,
dói agora,ao aterrissar aqui em Maputo,
me acompanha por todo o planeta terra.
Já nem me lembro, da chinesinha de Xangai,
tenho outra companhia,de Vancouver a Dubai,
e chorei dias atrás,  ao descer  em Camberra.

Tenho controles dos motores desse avião,
mas não seguro, os sentimentos do coração,
uma força que nunca consegui acalmar.
Hoje, por dentro, considero quase um morto,
minha alegria, ficou lá naquele aeroporto,
onde não tenho mais esperança de voltar.

Essa dolorida saudade,nunca foi pequenina,
da mulher que  deixei, no sul da Argentina,
que em cada minuto, será sempre lembrada,
Como se fosse no mar,um imenso petroleiro,
dirijo pelo mundo, o possante  avião cargueiro,
que leva a saudade, sua carga mais pesada.
GIL DE OLIVE
Enviado por GIL DE OLIVE em 19/10/2020
Reeditado em 19/10/2020
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