“O Favorito”
No final da história você chorou,
peço perdão.
Senti seu coração acelerado
no momento em que me segurou
contra o peito. Foi emocionante!
Vivemos bons momentos, confesso.
Seus dedos inquietos afagavam
minha pálida pele tatuada. Era divino.
E o meu cheiro? Ah… Você amava.
Agora me contento em apenas estar
ao seu lado, ouvindo sua respiração
enquanto dorme.
Sei que me esqueceu, aventurando-se
por novas mídias. Eu entendo.
Hoje vivo fechado, empoeirado.
Dizem que estou ultrapassado.
Para os mais jovens,
sou estranho, esquisito.
Mas tenho a honra de ser
o seu livro favorito.