Saudade
Quisera eu ter poder infinito
De parar o tempo, encurtar distâncias
Criar os momentos.
Eu, em min'alma sedenta faria morada
Transportaria-me viveria e morreria
colocaria um ponto final nas amarras
na saudade que nos sentencia.
Quisera eu neste momento, ser uma ave
Voar, desbravar o céu infinito
Dizer-te que és refúgio, afago, liberdade
Pousaria em teu abraço, meu ninho.
Quisera, e quero em ti habitar
Dizer-te entre sussurros, gemidos
Em teus lábios meu néctar transbordar.
Quisera arrancar de mim tais pensamentos
Poderia agora, não contar as horas
Abreviar a espera, não mais sonhar, delirar, viver nossa história sem a distância como tormento.
Tua face, teu corpo não posso tocar
Tempo, espera do momento, espada afiada cravada no peito...tormentos.
Posso então tocar-te com minha alma, cativa do seu coração, amor imenso
Ave peregrina, a procura de seu ninho,
Que canta, te chama com a força brutal do meu pensamento.