AMIGOS DA ETERNIDADE

AMIGOS DA ETERNIDADE

Danilo Evangelista...

Aguardava você

Como se fosse

A água esperada

No Sertão Nordestino.

Dentro de mim

A expectativa era tão imensa

Do tamanho de uma cidade

Que a taxa de natalidade

Fugia do censo governamental.

Meus olhos te vasculhavam

Meu coração viajava palpitando

Minhas mãos esfregavam-se

Meu eu lhe morria de ansiedade.

Tentei disfarçar

Revendo alguns amigos

Que também há muito tempo não os viam.

Até que disfarçadamente

Olhei para um chalé

E na varanda da casa

Vi uma solitária flor

Pois fez até suprir

A sua ausência, o seu amor.

A flor bem debutante

Rememorava o gingado

Daquela que tanto aguardava.

A manhã bem exaustiva

A tarde estendida

E o início da noite já dava sinal

Ao entardecer.

Notei lá no céu

Uma rara estrela surgiu

Neste momento

Uma gota de esperança luziu.

Mesmo exausto e ansioso

Senti que meu coração

Caminhava diferente

E o abanar das minhas pernas

Já não mais aconteciam.

De muito longe

Lá no longínquo fim da rua

Percebi que o manifestar de transeuntes

Silenciaram para ouvirem sua chegada.

Eu, não me dê conta da alegria

Ao rever aquela venerável mulher

Até parecia que trazia

O pão para matar a fome

Como o infalível café.

Nossos olhares chocaram-se

Como o sol e a lua trançando pés.

Nossos braços ávidos

Anteciparam nosso abraço

E a faísca do desejo

Era do tamanho da maré de março.

Invadia todo oceano rua

Dos nossos corpos que...

Estavam plenos de desejos.

Nosso amor era oculto

E não podíamos expor ali

Esse doce sentimento

Porque talvez fosse

Estremecer toda aquela cidade

De um povo extremamente

Carecidos de um grande amor.

Ah... Esse amor amigo

Não fingido e tão definitivo

Que nem necessitou casamento

Pois somos eternos amigos e vivos.

TERNURA
Enviado por TERNURA em 20/09/2021
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