Abraço adormecido

Lanço o olhar pela vidraça

E incendeio a chuva

Na desilusão do meu dia.

Deito a minha pele

Na cama vazia da minha Saudade,

E, na mistura de odores

Que o meu cérebro recorda,

Invento e reinvento a tua chegada!

Adoças a boca com o mel que dos meus seios brota

E perdes-te entre eles

Em doçuras colhidas,

Coladas,

Em mim...

Beijos,

Palavras,

Prazeres secretos,

Não cabem mais;

No dar e receber,

O limiar do desejo,

Num degrau acima de nós,

Desapareceu em aromas agridoces,

Debaixo da tua pele,

Dentro de mim!

Sem medo,

Sem receio,

Olho o mundo,

Nas tuas mãos explorando o meu corpo.

Apertada entre o desejo de ti,

Abarco o mundo no teu abraço...

Adormecido!

goretidias
Enviado por goretidias em 20/02/2008
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