Doce amargo atalho

Acordei sobre o sereno da noite,

em um lugar desconhecido,

me perguntando inquietamente que lugar era aquele,

e mais do que tudo,

porque estava ali.

Caminhado, sorrateiramente,

contando os meus passos,

devagar, cauteloso, com medo,

não há ninguém nesse lugar,

mais sinto a sua presença.

O frio toma conta do meu corpo,

e o medo toma conta do meu espírito,

calafrios me sobem pela coluna,

e o meu corpo,

em pleno suor frio.

Grito em meio ao desconhecido,

ansioso e com medo de alguma resposta,

escuto gritos altos e gemidos,

de uma alma morta sobreposta,

ao tumulo embolorado escrito meu nome.

Fico impressionado,

diante de um tumulo embolorado,

escrito meu nome,

e uma frase que li atentamente,

aqui jaz Thiago.

Sento ao lado daquela alma,

que me olha, que me encara,

e me pergunta finalmente,

porque ainda estava preso,

porque não deixava o mundo que me matou.

Não soube o que responder,

mas me lembrei vagamente,

do mundo que matou,

sem eu ao menos perceber,

me matou sem ao menos eu viver.

Eu sinto tanto,

por não viver o que estava escrito pra mim,

e sinto mais ainda,

de mesmo morto,

ainda estar apegado a isso.

Disse a pobre alma que me ouvia,

eu não podia morrer agora,

pois na vida que levei a fora,

resolvi pega o curto atalho,

que me levou, que me arrastou.

Desculpe-me e me perdoe,

minha vida só perdi quando soube,

que o atalho é espaçoso,

e que o caminho estreito,

me levaria a vida eterna.

Thiaguinhu
Enviado por Thiaguinhu em 07/06/2008
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