Muito mais do que se vê.

Do que vai além, muito mais do que se vê,

Da pele e por baixo dela, entre os sulcos e músculos,

Em cada estria, e mais profundo que as entranhas.

Na morada mais remota de toda loucura,

Com um pincel teima em pintar o céu de cinza,

E mais acima, encoberto amarelo em fogo,

Faz de toda lágrima, gotas em chuva.

O egoísmo de quem chora sozinho,

Em toda busca, frágil inútil,

Inútil o som que sai do fundo, derrama dos lábios,

Um grito repartido.

E cede a sede, semipodre.

Na falta de respirar, briga com o ar,

Deixa no cadafalso a corda pronta,

Sem laço, sem fim,

Uma pequena e longa morte.

Em fino trato, retrato de um falso dia,

Um porem, e tudo acaba,

Sem meio fim, sem principio.

Pobre do dia, que nasceu tão triste.

Leo Magno Mauricio
Enviado por Leo Magno Mauricio em 11/08/2008
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