Beira Mar
Meus passos sobre a areia
agora são passado,
tragados pelas ondas.
Já não existem mais.
Meus sonhos, fios de teia
agora emaranhados,
levados com as bandas
de outros carnavais.
Sigo só e sem sonhos,
passo a passo pela praia
lamentando a luz das lamparinas
esperando escurecer então.
Calado querendo que a noite caia
sabendo do sofrimento e da solidão.
E assim vou
E assim vôo...
Mauro Gouvêa
Rio de Janeiro, 15 de junho de 1988