O APAGAR DA CHAMA

Não era ciúme que o amante calava

nem amor que p’ra sempre partiu,

era a saudade que doía e magoava

e que um coração apaixonado feriu.

Era o lamento que a alma irradiava

sem temor na solidão mergulhado,

com esperança que o amor voltava,

avivando no reviver amor sonhado.

Era como se a luz morresse na flor

e achas se apagassem no rubro lume,

se varresse da memória antigo ardor

e ensurdecesse amargo de azedume.

Era chama que abafada pela tristeza

caía na sombra, tecendo escuridão

onde o amante na desilusão e frieza

matava lentamente o ferido coração.

José Rafael
Enviado por José Rafael em 22/11/2008
Código do texto: T1298290
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