Sonhos por sonhos.

Num lugar além das estrelas, só que mais baixo,

É lá que a lógica não se atreve,

No fim da revoada sonora dos pássaros uma parte...

...da parte que distrai, névoa e paz,

O amor não pára, e nos sonhos permanecem,

e dói em tons de azul, de azul, e lá reluz trechos de uma vida melhor,

Pintura de devaneios.

Roubei um instante, o furto do meu coração, o fruto do amor,

Da vida um desejo auto-piedoso, quero partir,

Não posso sentir o amor que fica, embora ele fique...

Embora partir é fugir, poderia fulgir?

Sonho por sonho, eu fico com o meu, pequeno e ambicioso,

É verdade. Pergunte qualquer motivo, e a razão é menor.

(...que diz é monotonia é que sei), quando o coração criança,

No fim da revoada de pássaros, no fim do livro, que razão não há para o que sei,

Fragrante o corpo em pele, da nua solidão matutina, mas é hoje,

Ontem noturna, em noturnos versos não escritos, pelas mãos não eficazes, do poeta analfabeto. De amor.

Ainda que do amor que é só isso...Engano sem dúvida! Não há poesia se for, não há poesia ser for, não há poesias se for, não há poesia se for, não, a poesia se foi.

Foice e corte, da morte da noite, tributo à chegada do dia, que há de ser.

Não há poesia sem dor, de ilusão, de solidão, de medo, de amor,

Ainda que do amor que é só isso.

Leo Magno Mauricio
Enviado por Leo Magno Mauricio em 05/01/2009
Código do texto: T1368409