CAVALEIRO ERRANTE


Tu roubaste o lugar do meu pai,
O da minha mãe e o do meu irmão.
Das minhas irmãs eu nem lembro mais,
Pois lugar não há no meu coração.

Meus outros filhos, que são teus irmãos,
Um minuto sequer têm da minha atenção
Pois o tempo é pouco para em ti pensar.
Não havendo espaço para outra afeição.

E o pensamento, mais veloz que o vento,
É um “cavalo alado” contigo a montar!
Cavaleiro errante, cujo vôo eu tento,
Por alguns momentos, tentar dominar.

Teu pai não existe. Tua mãe, também não.
Tens um bloco de gelo como coração?!
Quando irás parar? Onde irás pousar?
Se tão somente o vôo te traz emoção?!

Se olho para dentro de mim, estás lá,
Com as tuas loucuras a me sufocar.
Se olho o vazio, lá estás também,
Não deixando lugar para mais ninguém.


És inconsequente no teu modo de agir,
Já que as conseqüências não sabes medir.
Ou não queres saber o que irá ocorrer
Devido às loucuras que estás a fazer.

...
Voas muito alto... sem preparação
Sem ver a distância de ti para o chão.
Sem querer saber o que virá depois!
O futuro não é!... O passado já foi!

Mas o teu pensar mata a todos nós.
E, da nossa morte, és tu o algoz
Sem pena – já que em ti não há compaixão.
E pedir que mudes é... inútil! É vão.

                             ...
Mas... Se, por milagre, um dia puderes
Parar pra pensar... E aí quiseres
Mudar tua vida. Tornar-te melhor:
Pensa em quem te ama, e deles tem dó!

Porém...
se a esperança é a última que morre,
E só uma fé pura é quem nos socorre
Continuo esperando! Pois, com fé no PAI
ETERNO, um dia, de voar cansarás
E aos braços divinos de Deus tornarás.


Rosa Regis 
Natal/RN -24.07.2001