Estrondo mudo

Quando se fechava

Sua alma era quase impermeável

E se doía – com certeza doía

Em silêncio se fazia

Seu pranto mudo incalável

Com tanta dor,

Um dia nasceu esta flor

Você pedia amor

Seus espamos não substituíam o valor

Do um olhar com calor...

Incalculável é o seu sofrer

Mas se derrama uma só gota de lágrima

Se lava, joga para fora o mar

Que não cessa de jorrar

Do coração em lástima

Quando se fechava

Sua alma dava mostras de sentir um mundo

Condensado na inexpressão de um olhar

Que um dia alguém ousou fitar

Para sentir o seu, apenas seu, estrondo...

Mar de Oliveira Campos
Enviado por Mar de Oliveira Campos em 22/06/2006
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