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Vejo seu retrato na moldura
Mas a mão que segura não é a minha
A madrugada caminha
Rumo ao encontro com o novo dia
E na agonia das horas tristes
A poesia insiste em sair de mim
Feito pássaro arredio
Voando a esmo sobre o jardim
Faz calor, no entanto sinto frio
Talvez seja o medo do fim

Teus olhos-esperança na moldura
A fitar a dura loucura
do amor impossível
E impassível o poeta dedilha
letras andarilhas ditadas pela dor
Ah, esse amor abstrato
Que entre lágrimas retrato
É brisa que a distância soprou