DA MORTE...

Eu só queria saber

Porque é que me sinto morta

Porque me cansa esta imagem velha e torta

E trôpegos são meus passos neste caminhar

Soluço quieta sem poder olhar pra trás

Encolho me pequena sem imaginar algo mais

E neste canto eu sinto é que tanto faz

Tanto faz se meu pranto secar

Tanto faz se minha face manchar

Tanto faz se a luz não mais entrar em meu quarto

Tanto faz se o que vejo é escuro ou claro

Eu estou morta

Não há mais sangue em minhas veias

Nem historias pra contar

Sou um monte de amenidades

Sorrisos mornos, sem felicidades

E meu túmulo carrega apenas canções velhas

Timbres ocos, versos toscos

Canções que todos tem vergonha de dizer que sabem

Eu sou uma alma morta

Que não mais quer acordar

Desvie de mim, porque até eu sei

Cansei de correr e tentar voar

Escolhi morrer, pra aqui, inerte, ficar...

a você cabe apenas a dor do pesar

a mim nada cabe, tornei me pedra dura, inerte, a ficar...

Adriana Alves (Poetisa Lancinante)
Enviado por Adriana Alves (Poetisa Lancinante) em 04/02/2010
Código do texto: T2069202
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