Onde estão?

Que são dos versos que outrora eu fazia?

Que é de minha companheira, a inspiração?

Emudeceram, como a lira da minha alegria,

Calaram-se; silenciosa e triste está a voz do coração.

Casimiro! Cantaste tão bem as pérolas da infância!

Rogo-te... Venhas correndo em meu socorro.

Mil vezes prefiro as brumas da ignorância.

Perdido... Já nem sei mais a quem recorro.

Fagundes! O espelho a refletir toda tristeza,

Reflexo da dor intensa que nunca se acalma.

Ajude-me! Quero de volta a fonte de minha riqueza,

Ainda que derrame a tristeza que me vai na alma.

Poetas! Juntem-se vós todos em solene mutirão.

Aliem-se, como nunca alguém ousou fazer um dia.

Despertem, na voz deste triste e calado coração,

A eloqüência, submersa em um mar de letargia.

José Antonio Siqueira
Enviado por José Antonio Siqueira em 11/08/2006
Código do texto: T214360