Onde estão?
Que são dos versos que outrora eu fazia?
Que é de minha companheira, a inspiração?
Emudeceram, como a lira da minha alegria,
Calaram-se; silenciosa e triste está a voz do coração.
Casimiro! Cantaste tão bem as pérolas da infância!
Rogo-te... Venhas correndo em meu socorro.
Mil vezes prefiro as brumas da ignorância.
Perdido... Já nem sei mais a quem recorro.
Fagundes! O espelho a refletir toda tristeza,
Reflexo da dor intensa que nunca se acalma.
Ajude-me! Quero de volta a fonte de minha riqueza,
Ainda que derrame a tristeza que me vai na alma.
Poetas! Juntem-se vós todos em solene mutirão.
Aliem-se, como nunca alguém ousou fazer um dia.
Despertem, na voz deste triste e calado coração,
A eloqüência, submersa em um mar de letargia.