Sei Nada

Sou tão sabedor de mim

Que me perdi de início

Me perdi de intermédio

E me perdi também de fim

Sou tão sabedor de ti

Que te encontrei por aí

Te acompanhei, te sorri

E nem sei nem onde te perdi

Sou tão sabedor do mundo

Que comprei um terreno

No rincão da incerteza

E construí um latifúndio

Sou tão sabedor de nada

Que aprendi a te encontrar

No silêncio da madrugada

Na dificuldade de respirar

Na poesia acorrentada

E no afã de te buscar.

Quer saber?

Não sei de nada

Só sei da minha estrada.