Um tempo em que eu era apenas eu...





Perdida nos meus antigos retratos feitos de poeira e mato,
Mato a minha alma...

Se houve poesia em minha vida vazia, hoje me resumo em pó.
Nevoeiro que encobre a lua que zomba da minha inexistência,
Nem um abraço dos traços do luar...
O desencanto me trouxe a escuridão, e na solidão:
Morte a poesia na noite de inverno com gosto do inferno
e gestos de verão...
O luto se acomodou em meu viver, ser para quê?
Sem tua aparição me falta a tal inspiração

Sem querer vou matando a minha calma;
A minha poesia não alcançou tu'alma;
E pelos vãos dos dedos meus, escorreu
                               ...

Não procuro a absolvição dos meus pecados confessos
Quero nos segredos das horas pequenas
Um tempo em que eu era apenas,
                              "eu"...