Passageiro

Jamais saberemos ao certo a validade de um sentimento.

Talvez saibamos sua intensidade.

É, talvez.

Podemos saber como ele nos faz bem.

Sabemos como nos conforta senti-lo pesente.

E melhor: é um prazer inconfundível senti-lo recíproco!

Como pode a vida se tornar tão bela tendo como motivo algo

que não podemos ver, não podemos tocar?

... Mas podemos sentir.

Como pode os problemas se solucionarem,

todas as dores se tranformarem em felicidade,

somente havendo uma palavrinha simples...?

Mas como pode tudo ser efêmero com a simples e justa causa

de que tudo passa?

Como pode-se aceitar a ida daquele que nos transformou?

Jamais saberemos ao certo se voltará.

Talvez o julguemos como um engano.

É, talvez.

Podemos saber que um dia outro possa aparecer.

Sabemos como nos maltrata vê-lo longe.

E pior: é uma dor inconfundível vê-lo sendo expressado a outro ser.

Que bela palavra é essa, que de tão curta, tão simples,

sua inexistência faz sofrer?

Feliz é a doce e pura criança,

que só conhece o amor pelo sentir.

Triste mesmo é pensar que um dia ela descobrirá

as tristezas de tudo que passa.

Inclusive o amor.

Fontes
Enviado por Fontes em 24/09/2006
Código do texto: T247824