Triste

Triste de quem ama, cego quem se fia

Em vozes não ouvidas - promessa vã ! -

Em sonhos irreais que pela manhã

Desaparecem no raiar dum novo dia.

Triste de quem espera e que nunca alcança

O desejo último, última tentação,

A que fará reviver o coração

Numa derradeira réstia de esperança.

Triste de quem quer viver mas não tem alma,

Que julgando tudo ter, falta-lhe a calma

Por não saber onde a alegria mora.

Triste de mim ! Amo, espero e quero crer

Nessa quimera que me faz viver,

Mas que me mata um pouco mais a cada hora !

Cri
Enviado por Cri em 20/06/2005
Código do texto: T26368